Saúde íntima: Quando se preocupar com o corrimento?
Um dos principais motivos que levam as pacientes a consultar no ginecologista é a dúvida em relação a secreção vaginal.
Além de ser coberto de crenças, o aspecto da secreção vaginal muitas vezes nos leva a pensar que estamos com alguma infecção sexualmente transmissível (IST), embora saiba-se que em grande parte das vezes ela é fisiológica, ou seja, normal.
A vagina é um ecossistema dinâmico e complexo, além de sofrer influências hormonais, orgânicas e psíquicas.
A secreção vaginal é a primeira linha de defesa contra infecções, e é composta por bactérias do bem, os lactobacilos, restos celulares, alguns microrganismos patogênicos, entre outras substâncias. Ela ser branca, transparente, levemente amarelada e é inodora. Para pacientes que tem um ciclo natural, sem uso de hormônios anticoncepcionais, essa secreção pode variar em volume, cor, aspecto e densidade durante as fases do ciclo menstrual.
Então, quando devemos nos preocupar?
Geralmente devemos ter atenção quando essa secreção muda de aspecto, diferente do habitual, ou vem acompanhada de um cheiro bem forte (o famoso “cheiro de peixe”), coceira, ardência, sangue ou dor na relação sexual. A maioria das causas são de fácil resolução, e muitas vezes necessitam apenas orientação. Importante lembrar que a avaliação do ginecologista, além de indicar o tratamento correto e específico, evita tratamentos desnecessários, muito comum no nosso meio.
Luciana Zaffari
Ginecologista